Após o último jogo do Flamengo na Copa Libertadores contra o Real Potosí da Bolívia, muito se reclamou acerca da altitude e seus malefícios ao corpo dos atletas. A imprensa reclamou do quão desumano era para os atletas jogar tão acima do nível do mar. Todos reclamaram. Exceto pelo prefeito de Potosí, conforme notícia vinculada no site Globoesporte.com. Para o prefeito, René Joaquino, o futebol é um esporte universal, logo não se pode discriminar uma determinada região por ter uma particularidade geográfica.
É claro que sobre essa ótica ele tem razão. Mas será que essa mesma ótica continua sendo válida quando há risco de sáude para os atletas? E a FIFA, quando tomará alguma providência sobre a manutenção da integridade física dos jogadores que precisam atuar nessa regiões?
Mas, para mim, a pergunta que não quer calar é a seguinte: será que o prefeito de Potosí não acharia desumano se seus jogadores fossem jogar contra um time na Antártida? Afinal, segundo ele, não podemos discriminar uma região com suas "especialidades"...
Graças a Deus que Tóquio não fica na Bolívia. E vamos que vamos!
Caderno do Raphael
Blog opinião: tecnologia, política, educação, justiça, ações sociais, cultura, esporte e um pouco de tudo...
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Carnaval
Em meio a tanta festa, tanta alegria, estréio este blog. Nascido em véspera de uma terça-feira de carnaval, acredito que podemos esperar muito dele. Afinal, é carnaval. É samba, é festa, é palavra. É língua portuguesa.
Falando em língua portuguesa no contexto desse festejo popular, não posso deixar de lado a Estação Primeira de Mangueira, cujo samba exaltava nossa língua. Aliás, não há como eu deixar mesmo de lado pois fui integrante de uma das alas.
Concentração
Após 3h vestido com uma "armadura", digo fantasia de "índio penoso", em plena Pres. Vargas, entramos na Marquês de Sapucaí. Minha noiva e eu, após os fogos verde e rosa no céu, caímos no samba e fomos saudados pela multidão ali presente. Fizemos o que pudemos com aquelas penas no corpo e tucanos como esplendor.
Apesar da beleza e sensação única, sofremos naqueles momentos de concentração. Quase fomos atropelados por carros alegóricos, pois havia falta de organização e informações por parte dos dirigentes e, claro, muita gente desfalecendo pelo calor, longa espera e fantasias quentes.
Mas, é carnaval. É Brasil. Bola frente que atrás já vem mais uma ala.
Desfilando
Alguns companheiros de ala (Terra Brasilis) me instruíram a evitar deixar "buracos" próximo a mim. No começo, como um bom marinheiro de primeira viagem, ficava preocupado com os tais buracos e esquecia de me divertir. Com o passar dos minutos, mais descontraído, ia sambando e me divertindo e, com isso, os buracos eram tampados naturalmente.
Não há como descrever a sensação de estar atravessando a avenida naquele momento. Não há mesmo. Tentaria a palavra "única", mas, se depender de minha noiva, haverá outras vezes.
Dispersão
Passa rápido. O espetáculo para mim e minha noiva acabava. Havia muita noite pela frente ainda, mas, para nós, só haveria banho e cama. Cansados, exaustos e sedentos, o pensamento era unânime: casa.
Ao contrário da concentração, a dispersão foi bem organizada. A Cedae, companhia de águas do Rio de Janeiro, oferecia água em copos para os desfilantes. Salvou nossa vida! Obrigado, Cedae. Compensou todas as semanas que estive sem água nesses últimos 17 anos na minha atual residência.
Samba, compacto e impressões.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estar presente na avenida do samba e assitir ao desfile são coisas completamente diferentes. Não via nada de minha ala, apenas os esplendores de tucanos de outros componentes. Assisti ao compacto da Globo hoje à tarde.
Do que vi, gostei. O que impressionou foi a comissão-frente e suas palavras mágicas, maestralmente conduzida pelo Carlinhos de Jesus. O samba, com o apoio da ABL, ficou perfeito. Buscaram mesmo no Lácio a última flor para a composição do samba. Quem ficou devendo mesmo foi a Preta Gil. Mesmo sem as "curvas" tão características de quem ocupa sua posição, conseguiu derrapar. Sem samba no pé e noção de direção, a Mangueira teve sorte de não acontecer o pior.
E agora que venha a quarta-feira de cinzas. Ansioso por ouvir várias notas dez do locutor inconfundível de todas as apurações. E para quem os "dez"? Para a minha escola de coração, é claro: Imperatriz Leopoldinense.
Ué? O que foi? Eu só desfilei na Mangueira, isso não quer dizer nada... ou quer?
Falando em língua portuguesa no contexto desse festejo popular, não posso deixar de lado a Estação Primeira de Mangueira, cujo samba exaltava nossa língua. Aliás, não há como eu deixar mesmo de lado pois fui integrante de uma das alas.
Concentração
Após 3h vestido com uma "armadura", digo fantasia de "índio penoso", em plena Pres. Vargas, entramos na Marquês de Sapucaí. Minha noiva e eu, após os fogos verde e rosa no céu, caímos no samba e fomos saudados pela multidão ali presente. Fizemos o que pudemos com aquelas penas no corpo e tucanos como esplendor.
Apesar da beleza e sensação única, sofremos naqueles momentos de concentração. Quase fomos atropelados por carros alegóricos, pois havia falta de organização e informações por parte dos dirigentes e, claro, muita gente desfalecendo pelo calor, longa espera e fantasias quentes.
Mas, é carnaval. É Brasil. Bola frente que atrás já vem mais uma ala.
Desfilando
Alguns companheiros de ala (Terra Brasilis) me instruíram a evitar deixar "buracos" próximo a mim. No começo, como um bom marinheiro de primeira viagem, ficava preocupado com os tais buracos e esquecia de me divertir. Com o passar dos minutos, mais descontraído, ia sambando e me divertindo e, com isso, os buracos eram tampados naturalmente.
Não há como descrever a sensação de estar atravessando a avenida naquele momento. Não há mesmo. Tentaria a palavra "única", mas, se depender de minha noiva, haverá outras vezes.
Dispersão
Passa rápido. O espetáculo para mim e minha noiva acabava. Havia muita noite pela frente ainda, mas, para nós, só haveria banho e cama. Cansados, exaustos e sedentos, o pensamento era unânime: casa.
Ao contrário da concentração, a dispersão foi bem organizada. A Cedae, companhia de águas do Rio de Janeiro, oferecia água em copos para os desfilantes. Salvou nossa vida! Obrigado, Cedae. Compensou todas as semanas que estive sem água nesses últimos 17 anos na minha atual residência.
Samba, compacto e impressões.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estar presente na avenida do samba e assitir ao desfile são coisas completamente diferentes. Não via nada de minha ala, apenas os esplendores de tucanos de outros componentes. Assisti ao compacto da Globo hoje à tarde.
Do que vi, gostei. O que impressionou foi a comissão-frente e suas palavras mágicas, maestralmente conduzida pelo Carlinhos de Jesus. O samba, com o apoio da ABL, ficou perfeito. Buscaram mesmo no Lácio a última flor para a composição do samba. Quem ficou devendo mesmo foi a Preta Gil. Mesmo sem as "curvas" tão características de quem ocupa sua posição, conseguiu derrapar. Sem samba no pé e noção de direção, a Mangueira teve sorte de não acontecer o pior.
E agora que venha a quarta-feira de cinzas. Ansioso por ouvir várias notas dez do locutor inconfundível de todas as apurações. E para quem os "dez"? Para a minha escola de coração, é claro: Imperatriz Leopoldinense.
Ué? O que foi? Eu só desfilei na Mangueira, isso não quer dizer nada... ou quer?
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